Após ter anunciado a manutenção do IPI reduzido para o setor automotivo até o fim do ano, o governo também decidiu adiar o aumento do imposto para a indústria de móveis, painéis, revestimento de móveis e luminárias no mesmo período. O comunicado foi feito no início do mês por Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Indústria Brasileira de Árvores, associação que reúne 70 empresas de celulose, papel, painéis e pisos de madeira e florestas voltadas à geração de energia, além de produtores independentes e investidores institucionais. Elizabeth se reuniu com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, junto a representantes da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) e da Associação Bras ileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa).
De acordo com nota do Ministério da Fazenda, a renúncia com a manutenção das alíquotas enter julho e dezembro é estimada em R$ 161,6 milhões. Com a decisão, o IPI sobre móveis, cuja alíquota original é de 5%, foi mantido em 4%, mesmo índice do imposto sobre painéis e revestimentos de imóveis. Já para as luminárias, o IPI ficará em 12% até dezembro de 2014. O percentual cheio é de 15%.
Para Elizabeth, a medida é necessária para que o consumo destes itens volte a crescer na segunda metade do ano, após um primeiro semestre prejudicado por redução do crédito, aumento dos juros, menor número de dias úteis em função da Copa do Mundo e migração da demanda para outros bens também devido ao evento, como televisores, por exemplo. “Hoje os empregos no setor estão sendo mantidos com esforço e o empregado sabe disso”, disse ela. As associadas da Iba empregam cinco milhões de pessoas. Já o segmento de móveis, painéis de madeira, revestimentos e luminárias é responsável por 300 mil empregos diretos, de acordo com a empresária.
Mesmo com o desconto no IPI, ela citou que as vendas domésticas de madeira caíram 3% de janeiro a maio sobre o mesmo período do ano passado, para 3,1 milhões de metros cúbicos. Já o consumo aparente destes itens, que engloba a produção nacional que ficou no país e as importações, recuou 5% no mesmo período. A capacidade ociosa do setor, que praticamente não existia há alguns anos, hoje está em torno de 35%, acrescentou a empresária.
Elizabeth também disse que pleiteou ao governo a extensão do Reintegra, benefício fiscal que devolve um percentual do faturamento com exportações às empresas, para o setor moveleiro. “Solicitamos a revisão da lista de setores porque a indústria moveleira, de painéis e de celulose exportam 90% de sua produção. O pleito a que o governo se comprometeu é de revisão desta lista”.
Fonte: Valor Econômico – Acesso em 15/07/2014 – http://goo.gl/WX6ST5