Por Luís Antônio Licks Missel Machado – luis@www.odykeller.com.br
Durante os dois primeiros anos do atual governo federal, todas as energias de sua política econômica foram voltadas à tentativa de “aumentar o PIB”.
Mas tornar a economia de um país “maior” não é uma tarefa das mais fáceis. Aliás, se fosse fácil, todos os países cresceriam e não haveria “crise econômica mundial”.
Em economia, uma ciência, não há milagres, e por isso se algum político prometer “milagre do crescimento” estará, possivelmente, demonstrando o seu pouco conhecimento a respeito desse tema tão importante na vida de todos.
Como a economia é uma ciência social, ela reflete a maneira que uma “sociedade” (no caso a brasileira) se comporta em relação a tendências de consumo, de poupança, endividamento, procura por emprego (ou por viver de “bolsas”), etc. E é por isso, provavelmente, que cada “economia” (cada sociedade) conviva com taxas de juros diferentes, com PIB diferente, com inflação diferente, etc.. Cada sociedade acaba por encontrar o seu “ponto de equilíbrio” (a mão invisível do mercado).
Pois bem, no Brasil, os indicativos econômicos, em um passado recente, eram muito mais otimistas do que hoje (basta conferir as atuais manchetes econômicas), mas o Governo, tentando alterar a lógica social do comportamento econômico da nação, modificou radicalmente a taxa de juros básica da economia (SELIC) até o mínimo histórico de 7,25%.
É elementar no estudo da economia que a redução dos juros básicos ocasiona inflação. E no Brasil não foi diferente: a atual inflação está em 6,59% para os últimos 12 meses. E o que fez o governo agora? Aumentou os juros, para tímidos 7,50%. O que esse aumento significa? Significa que o governo reconheceu que falhou na sua equivocada tentativa de alterar o que estava em equilíbrio.
O PIB, com a redução dos juros e crescimento da inflação, foi de irrisório 0,9% em 2012, enquanto o Ministro da Fazenda assegurava que seria de 4,5%.
Tentou-se brincar com a inflação (diminuindo os juros) para “fazer o PIB crescer”, e o resultado foi esse, já esperado por quem acredita na ciência econômica e não em “milagres” econômicos…