As indústrias gaúchas têm capacidade de inovar acima da média brasileira, mas entre 2009 e 2011 o fôlego local desacelerou. A Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que o Estado, segundo em aperfeiçoamento e geração de novidades em produtos e processos dos setores extrativo e de transformação, teve taxa de 42,2%, abaixo dos 44,1% do período 2006-2008, com queda de 1,9 ponto percentual. A média nacional foi de 35,6%, abaixo dos 38,15 anteriores. O geógrafo e pesquisador da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Iván Peyré Tartaruga cogita que a crise financeira de 2008 e a concentração da atividade em ramos com menor intensidade tecnológica explicam o comportamento.
Tartaruga indica ainda que outra barreira pode ser a condução desse ingrediente na engrenagem produtiva. A pesquisa revelou que 76% das empresas indicam a aquisição de máquinas e equipamentos como caminho principal para melhorar e desenvolver. A taxa neste quesito na média dos estados é de 75,9%, ressalta o estatístico, que elaborou o estudo para a Carta de Conjuntura, publicação de análise da FEE, divulgada ontem, em Porto Alegre. “Esta aquisição é apontada como a principal forma de acesso a conhecimento tecnológico. Infelizmente, esse tipo de ação não favorece a geração de inovações próprias”, previne o pesquisador, que reforça: “Isso causa maior dependência tecnológica.” A editora da Carta, Cecília Rutkoski Hoff, observou que boa parte da geração de conhecimento com impacto no mercado é puxada por multinacionais, que restringiria a pulverização a demais unidades produtivas.
Um componente decisivo para gerar inovação é o perfil da mão de obra envolvida com Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Nas empresas gaúchas, estão cerca de 10% do contingente existente nas indústrias analisadas (4,5 mil dos 45,3 mil profissionais), mas apenas 7% são pós-graduados (a média do País é de 12,6%), 67,8% têm graduação (no País, são 70,6%) e 25,2% são técnicos (16,8% na amostra total). A ressalva pode explicar outros achados destacados por Tartaruga. No grau de radicalidade da inovação (quando se analisa o impacto de mudanças no produto ou processo da empresa no mercado nacional), o parque gaúcho tem 5,5% de inovação em mercadorias novas, acima dos 3,7% da média brasileira.
Quando se avalia o processo, o desempenho é de 2,3%, próximo aos 2,1% do conjunto da amostra que serve de balizador da Pintec. Quase 11 mil empresas com mais de dez empregados (sendo 4.627 delas gaúchas) são investigadas desde 1998. Goiás, com taxa de inovação de 47,1%, lidera no indicador (que pode ser justificado pelo menor número na amostra), Minas Gerais é o terceiro (40,5%), enquanto São Paulo, maior Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, registra 33,3%. Tartaruga aponta que entre limites à capacidade de inovação estão ainda riscos econômicos excessivos, custos elevados para investir, escassez de financiamento e de serviços técnicos.
O pesquisador da FEE lembra que houve expansão de programa e linhas com recursos para P&D, mas que muitas empresas alegam burocracia e desconhecimento para acessar. O autor da análise indica como positiva a criação de sistemas nacionais e regionais de inovação, que conectam empresas, universidades e governos, e projetou que a consolidação desses mecanismos determinará a mudança no futuro.
Fonte: Jornal do Comércio – Acesso em 27/01/2014 – http://goo.gl/caaYv3
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