A economia brasileira aparece como a sétima maior do mundo pelo critério de paridade de poder de compra (PPP, na sigla em inglês) no relatório do Programa de Comparação Internacional, divulgado pelo Banco Mundial no final de abril. Em 2011, o PIB do Brasil era de US$ 2,8 trilhões, valor equivalente a 18% do PIB americano. Pelos números do estudo, é possível concluir que a China caminha rapidamente para se tornar a maior economia do mundo, devendo superar o PIB dos Estados Unidos ainda em 2014.
O cálculo por paridade de poder de compra é considerado a melhor maneira de comparar o tamanho de diferentes economias, por refletir melhor o custo de vida. Usar taxas de câmbio de mercado leva a distorções, dada a volatilidade das moedas.
Em 2011, o valor do PIB chinês por PPP, de US$ 13,5 trilhões, correspondia a 87% do americano, um forte salto em relação aos 43% registrados em 2005, data da atualização anterior dos números. Outro destaque é que a Índia desbancou o Japão como a terceira maior economia do mundo. Por esse critério, o PIB indiano ficou em US$ 5,8 trilhões em 2011, equivalente a 37% dos US$ 15,6 trilhões da economia americana. Depois do quarto lugar do Japão, aparecem no ranking a Alemanha e a Rússia. A defasagem dos dados, referentes a 2011, justifica-se pela dimensão do estudo, que analisou 199 países.
Por paridade do poder de compra, a economia brasileira equivalia em 2005 a 12,8% do valor do PIB americano, número que saltou para os já mencionados 18% em 2011. No entanto, o relatório destaca que os números de 2005 e 2011 não são “diretamente comparáveis”, por se basearem em dois níveis diferentes de preços.
Se a comparação do tamanho das economias for feita com base nas taxas de câmbio de mercado, o PIB brasileiro era o sexto maior do mundo em 2011, atrás de EUA, China, Japão, Alemanha e França. O país fica com um PIB de US$ 2,476 trilhões, um pouco à frente dos US$ 2,461 trilhões do Reino Unido.
O estudo confirma a importância crescente dos países emergentes. “As seis maiores economias de renda média – China, Índia, Rússia, Brasil, Indonésia e México – equivalem a 32,3% do PIB global, enquanto as seis maiores economias de renda alta – EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália – respondem por 32,9%”, aponta o relatório.
A China deve se tornar a maior economia do mundo em 2014 porque o PIB chinês cresceu muito mais rápido do que o americano, desde 2011. Em termos de PIB per capita, porém, a situação é muito diferente. Em 2011, os EUA tinham o 12º maior PIB per capita pelo critério da paridade do poder de compra, enquanto a China aparecia apenas no 99º lugar. O Brasil aparecia em 80º neste ranking, liderado por Qatar, Macau, Luxemburgo, Kuwait e Brunei.
Em sua conta no Twitter, o economista Branko Milanovic, do City of University of New York (Cuny) Graduate Center, ressaltou a importância de o PIB chinês superar o dos EUA, mas também enfatizou a necessidade de manter as coisas em perspectiva. “Se fosse membro da União Européia, a China seria de longe o mais pobre, com um PIB per capita equivalente a dois terços do da Bulgária”, escreveu ele, um dos maiores especialistas do mundo em desigualdade. Milanovic disse ainda que os novos números pelo critério de paridade do poder de compra são muito importantes. “Todos os níveis históricos do PIB vão mudar”, afirmou ele.
Fonte: Valor Econômico – Acesso em 06/07/2014 – http://goo.gl/oQV0AV
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